domingo, 16 de janeiro de 2011

O melhor de nós (animação do COI) Londres 2012

Série Atleta brasiliense rumo a Londres 2012

Marílson Gomes

Marílson acordou em 2011 como o único brasileiro tricampeão da tradicional Corrida de São Silvestre, desde que a prova tornou-se internacional, em 1945, e já tem vários planos para este novo ano. Além de se tornar papai, o fundista quer melhorar seu recorde pessoal na maratona, de 2h08min46, conquistado em Londres.

“Se ele correr uma maratona rápida em Londres, em 2h06min, há chances de fazer a maratona no Mundial de Daegu. Se não, vamos planejar uma maratona rápida para o segundo semestre, em Berlim ou Amsterdã", afirma o técnico Adauto Domingues. Antes disso, porém, o brasiliense espera o nascimento de Miguel, que deve ocorrer no mês de fevereiro.

Miguel será seu primeiro filho com a corredora Juliana Gomes, recordista brasileira dos 1.500m e também atleta do Clube BM&FBovespa. "É um momento ímpar na vida, a chegada do nosso primeiro filho. Somos marinheiros de primeira viagem e acho que vamos aproveitar o descanso da São Silvestre para fazer um curso de gestante”, diz Marílson.

Participação na SS - O atleta, recordista sul-americano nos 5.000 m, 10.000 m e em meia-maratona, ficou quatro anos sem correr a prova e já tinha até esquecido o quanto era difícil o percurso. "Não me lembrava que era tão dura a subida da Brigadeiro", lembra o fundista, que garante manter a tranquilidade para a enfrentar a grande pressão de ser um brasileiro favorito na disputa.

"Bate o nervosismo, a ansiedade, e a São Silvestre é o único assunto. Onde quer que você vá escutará isso”, acrescenta. Além da calma, para vencer, segundo Marílson, o segredo é treino, foco e disciplina. “Ajuda muito também ter um técnico competente como o Adauto Domingues. Estou há 20 anos com ele e me beneficio de toda a estrutura do clube, com fisioterapeutas, nutricionistas e médicos. Além dos patrocínios da Nike, Pão de Açúcar e Prefeitura de São Caetano."

Marílson passou o Réveillon num hotel, em São Paulo, em companhia dos atletas que correram a São Silvestre. Disse que só esperou passar a meia-noite para ir descansar. Já Juliana conta que o marido ainda demorou um pouco para cair no sono. “Ele aproveitou para ver a reprise da prova na TV”.

O bicampeão da Maratona de Nova York revela também que nesta 86ª edição da tradicional São silvestre, sua musculatura não ficou tão dolorida. “Isso é um bom sinal, mostra que estava preparado e a recuperação vai ser boa", comenta o corredor, que além da Maratona de Londres, planeja correr uma Meia-Maratona (em Nova York ou Lisboa), e algumas provas de 12 quilômetros na Copa Brasil de Cross Country (preparatórias à Maratona de Londres, em abril). "Nesse tipo de prova consigo fazer avaliações", observa Adauto. 
fonte:http://www.webrun.com.br/maratona/conteudo/noticias/index/id/11703
Quem é ele:
Informações pessoais
Modalidade Atletismo
Nascimento 6 de Agosto de 1977 (33 anos)
Brasília,  Distrito Federal
Nacionalidade Brasil brasileiro
Compleição Peso: 58 kg Altura: 1,74 m
Medalhas
Jogos Pan-Americanos
Prata Santo Domingo 2003 10000m
Prata Rio 2007 10000m
Bronze Santo Domingo 2003 5000m
Bronze Rio 2007 5000m
Universíada
Ouro Sicília 1997 Meia maratona
Ouro Palma de Mallorca 1999 Meia maratona

Série Atleta brasiliense rumo a Londres 2012

Ketleyn Quadros

Ketleyn Quadros entrou para a história do judô e do esporte brasileiro no dia 11 de agosto de 2008. Nessa data, a brasiliense conquistou um bronze nos Jogos de Pequim, tornando-se a primeira mulher do país a obter uma medalha olímpica em esportes individuais.
O feito foi alcançado após cinco lutas naquela segunda-feira na China. Ketleyn iniciou sua campanha com uma vitória por yuko sobre a sul-coreana Sin-Young Kang. Depois, encarou a holandesa Deborah Gravenstijn e esteve muito próxima de atingir as quartas-de-final, mas perdeu por um koka.
Já na repescagem, a brasileira despachou no golden score ninguém menos do que a campeã olímpica de Sydney-2000 e mundial em Paris-1997, a espanhola Isabel Fernandez. Na luta que lhe garantiu vaga na decisão da repescagem, Ketleyn deu um belo ippon na japonesa Aiko Sato. Por fim, o bronze veio em combate truncado e difícil com a australiana Maria Pekli. A brasileira liderava o confronto com um koka, mas a australiana empatou a 13 segundos do final. No golden score, a menos de dois minutos do final, Ketleyn aplicou um golpe e venceu.
A bela campanha em Pequim começou meses antes dos Jogos. Ketelyn Quadros precisou derrubar uma adversária de peso para chegar às Olimpíadas. No processo seletivo olímpico, ela disputou a vaga do peso leve na seleção brasileira com Danielle Zangrando, a primeira brasileira medalhista em campeonatos mundiais. A disputa prometia ser acirrada, mas ficou apenas na promessa. Zangrando se machucou às vésperas de suas competições na Europa, não venceu nenhuma luta e viu a vaga cair no colo da rival.
"Eu sabia que poderia ir para as Olimpíadas agora, mas sabia que seria difícil. Foi uma pena a Danielle se machucar, mas foi o critério adotado e eu concordo com ele. No ano passado, ela foi a melhor e foi para o Pan e para o Mundial. Dessa vez, eu fui melhor do que ela", diz a atleta.
A trajetória de Ketleyn na modalidade começou ainda na infância. No Sesi de Ceilândia, onde morava, ela foi matriculada por sua mãe para as aulas de natação. Após algumas semanas, o professor chamou a mãe da garota para conversar, dizendo que Ketleyn estava faltando às aulas.
"Minha mãe não entendia nada. Ela me deixava na porta do Sesi antes de cada aula. Mas eu fugia e ficava assistindo às aulas de judô. Foi aí que minha mãe resolveu perguntar o que eu queria fazer. E eu escolhi o judô", conta a garota.
As aulas se tornaram uma carreira 2006, quando a garota resolveu aceitar uma proposta e trocar Brasília por Minas Gerais. "A partir do momento que eu vim para o Minas Tênis, percebi que o judô seria minha profissão."

Quem é ela:
Data de nascimento: 01/10/1987
Local de nascimento: Brasília (DF)
Residência atual: Belo Horizonte (MG)
Peso e altura: 57 kg / 1,65 m
Categoria: Leve
Participação em Pequim: medalha de Bronze
 
fonte:http://olimpiadas.uol.com.br/2008/atletas-brasileiros/judo/ketleyn-quadros.jhtm

Série Atleta brasiliense rumo a Londres 2012

Brasiliense Henrique Siqueira torna-se o terceiro melhor triatleta do país.

Em 2011, o brasiliense terá a missão de subir no ranking olímpico para se garantir nas Olimpíadas de Londres.

 Quando 2010 começou, Henrique Siqueira sabia que este não seria um ano fácil para ele. Décimo quinto melhor triatleta do país, o brasiliense sonhava em fazer uma boa temporada para ficar no topo do ranking nacional e conseguir uma colocação de destaque na lista que credencia os participantes das Olimpíadas de Londres-2012. Ao longo dos meses, Henrique foi acumulando provas e evoluindo pouco a pouco, principalmente na modalidade em que sentia mais dificuldades, a corrida.

Mas nenhum resultado que conquistou no ano se compara ao do último domingo, quando foi campeão da terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Triathlon Olímpico, em Florianópolis. Além de subir no lugar mais alto do pódio e quebrar um jejum de 12 anos na história do triatlo de Brasília, Henrique saltou do quarto para o terceiro lugar do ranking brasileiro, entrando, assim, para a Seleção e chegando mais perto de participar de sua primeira Olimpíada.
“Estava me sentindo exausto. Não esperava que fosse ganhar. Consegui dar um gás no fim da corrida e fiquei superfeliz com o resultado. Ainda mais porque há 12 anos um brasiliense não ganhava uma etapa de um campeonato brasileiro”, vibrou Henrique, lembrando-se do feito de Leandro Macedo, hoje seu técnico. “Fiz a corrida em 32min15. Não foi o meu melhor tempo nos 10km, mas por eu ter corrido em um circuito de paralelepípedos foi uma boa marca”, analisou.

 Quem é ele
Nome: Henrique Siqueira
Nascimento: 3/5/1984 — em Brasília
Altura: 1,78m
Peso: 65kg
Principais conquistas: vice-campeão brasileiro de triatlo olímpico (2010); vice-campeão do Troféu Brasil de Triathlon em São Paulo (2010); campeão do GPI de inverno em Camboriú (2010); medalhista de prata nos Jogos Sul-Americanos de sprint triatlo (2010); 5º colocado na Copa Pan-Americana de triatlo no Peru (2010); 12º colocado na Copa do Mundo da Hungria (2010); bicampeão brasiliense de triatlo (2009 e 2010); campeão brasiliense de aquatlo e duatlo (2010); bicampeão sul-americano de sprint triatlo (2008 e 2009); e vice-campeão brasileiro de sprint triatlo (2009).

fonte:http://www.df.superesportes.com.br/app/19,66/2010/10/27/noticia_maisesportes,8800/brasiliense-henrique-siqueira-torna-se-o-terceiro-melhor-triatleta-do-pais.shtml

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dica de seminário

Os palestrantes serão: Fernando Diefenthaeler: natação no triatlo; Christiano Klaser: águas abertas; Suzana Pereira: saídas e viradas; Luiz Guilherme Guglielmo: fisiologia; Flávio Castro: a pesquisa na área na UFRGS. Transmissão on line, grátis, pelo twitter.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Esporte universitário

Para inaugurar esse tema aqui no blog, nada mais justo do que começarmos pela nossa própria universidade, e o tema de hoje é suas instalações no centro olímpico, iremos apontar projetos, pontos positivos e negativos.
fonte: UnB

 
Projeto do novo Centro Olímpico é apresentado à Faculdade de Educação Física.
A obra tem custo estimado de R$ 303 milhões e faz parte da preparação da UnB para a Copa de 2014.

O Centro Olímpico (CO) da UnB terá piscinas reformadas, um centro náutico às margens do Lago Paranoá e uma arena esportiva com capacidade para receber até 15 mil pessoas. Esse grande projeto de reforma foi apresentado hoje ao reitor José Geraldo de Sousa Junior, como parte da preparação Copa de 2014. "Pedi esse projeto de revitalização para inserir a UnB nos esforços feitos para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil", disse o reitor.
O projeto foi desenhado pelos arquitetos Márcio Villas Boas e Ricardo Farret, encarregados do projeto original do Centro Olímpico da UnB, em 1969. “Reservamos 55% do espaço para áreas verdes”, afirma Márcio. O custo inicial da obra está orçado em R$ 303 milhões. O vice-reitor da UnB, professor João Batista de Sousa, afirma que a universidade já enviou ao Governo do Distrito Federal uma proposta orçamentária no valor de R$ 195 milhões. “Acredito que o recurso deve sair já no ano que vem”, afirma.
 Ginásio Olímpico para competições oficiais terá capacidade para 5 mil pessoas
“Não queremos que as novas instalações fiquem restritas à Copa”, explica Villas Boas. “Projetamos uma arena que pode ser utilizada depois para festas e eventos”, exemplifica. A arena olímpica para 15 mil pessoas, com campo de futebol, pista de atletismo, bares e restaurantes e vestiários, será leve e aberta, sustentada por cabos”.
Haverá também um ginásio olímpico para competições oficiais, com capacidade para 5 mil pessoas, um patinódromo com 400 metros de pista de rua, destinado a competições e treinamento de patinação, skate e hóquei, uma pista para jogging e bicicross, quadras de areia, centros de treinamento e um alojamento para atletas com 40 apartamentos duplos. 
     Patinódromo será destinado para treinamento de patins, skate e hóquei.

As quadras de tênis, pista de atletismo e o campo de futebol – com a construção de três novos campos com grama sintética e vegetal – serão reformados. Outra preocupação foi preservar a vegetação local. O desenho prevê estacionamentos para 3,6 mil carros em áreas já degradadas. 
O arquiteto explica que esse projeto ainda é inicial, e poderá sofrer modificações.
INSTALAÇÕES – O projeto foi apresentado nesta segunda-feira, 8 de novembro, na reunião do reitor com o colegiado da Faculdade de Educação Física (FEF). Os professores aproveitaram o encontro para falar das instações precárias do CO. Os problemas já foram apontados em um manifesto assinado por 20 Centros Acadêmicos. 
“Nosso maior problema é a falta de espaço físico”, afirma a vice-diretora da FEF, Ana Cristina de David. “Ganhamos equipamentos em editais importantes e não temos onde guardá-los”, diz. A professora queixou-se ainda da falta de salas para professores, além de laboratórios e salas de aula. Os professores da FEF pedem a construção de um mezanino para abrigar esses espaços.
O decano de administração e finanças, Pedro Murrieta, afirmou que a Faculdade de Educação Física deve receber R$ 740 mil para realizar as obras. “Vocês têm muitas demandas. Cabe agora decidir o que é mais importante para aplicar os recursos”, diz. 
O coordenador de prática desportiva José Gustavo Alvarenga reclamou do atraso nas obras de reforma do parque aquático. “Ele está abandonado”, diz. O diretor Alexandre Rezende afirmou que o recurso para a obra, de R$ 600 mil, já está garantido. “Estamos terminando o projeto e já vamos fazer a licitação”, diz. Pedro Murrieta prevê que a obra comece em março de 2011.
O reitor ressaltou que essas reformas devem começar antes mesmo do projeto de total revitalização do CO. Ele também destacou a importância das reuniões com os colegiados das unidades acadêmicas. “Esse encontro cumpre um dos itens do nosso programa de reitorado: a gestão compartilhada”, afirma. Nos encontros, os diretores, coordenadores e professores podem dialogar com representantes de toda a administração central, como decanos e prefeitura. “Podemos tratar os assuntos de forma integrada, concentrar o diálogo”, afirma o diretor da FEF, Alexandre Rezende. 

Vazamentos de água impedem funcionamento das piscinas do CO desde 2006.

Piscinas do Centro Olímpico estão paradas há 4 anos.
Reforma ainda não saiu do papel. Prefeitura dos Campi informa que faltam recursos para a obra.
As três piscinas do Centro Olímpico (CO) estão abandonadas há quatro anos. E não há previsão para a revitalização do parque aquático. Uma emenda parlamentar no valor de R$ 600 mil foi aprovada no fim de 2009, mas o dinheiro ainda não chegou à UnB. Diretor de obras da Prefeitura dos Campi informa, ainda, que o valor não é o suficiente para recuperar toda a estrutura afetada. Enquanto isso, programas sociais e estudantes da Faculdade de Educação Física (FEF) são prejudicados com a falta dos aparelhos.
O diretor do CO, André Luiz Teixeira Reis, conta que as instalações acabaram interditadas depois da confirmação de vazamentos, em 2006. "A interdição se fez necessária porque estava havendo muito desperdício de água", conta. Apesar da identificação do problema, um laudo técnico para comprovar o estado de risco das piscinas só foi realizado três anos depois do fechamento. Mesmo com o relatório em mãos, ainda hoje não existe um orçamento do custo da reforma.
Segundo o diretor de obras da Prefeitura, Arnaldo Gratão, as piscinas estão paradas por falta de recursos. Com a aprovação da emenda parlamentar - de R$ 600 mil, feita pelo deputado Rodrigo Rollemberg, - a Prefeitura começou a elaborar a licitação da obra, mas ainda aguarda o desbloqueio do dinheiro. Arnaldo admite que a UnB ainda não tem uma base de cálculo para estimar o custo da revitalização, mas adianta que o valor não será suficiente para realizar a reforma completa do local.
“Precisamos fazer um cálculo dos custos para estudar as possibilidades de complementação do recurso disponível e, só então, poderemos iniciar o processo de licitação”, explica Arnaldo. O diretor adiantou que uma das empresas que poderá fazer o orçamento visitará as piscinas nesta terça-feira, 1º de junho.
André Luiz conta que, em 2006, o vazamento na piscina olímpica chegava a baixar um metro do nível de água em apenas uma noite. Atualmente, o CO mantém um funcionário na manutenção do parque aquático. O trabalho consiste em evitar a degradação dos equipamentos que ainda funcionam. O professor afirma que as atividades aquáticas eram o carro-chefe das atividades no lugar. “A piscina faz uma falta enorme para as atividades de graduação, extensão e recreação”, lamenta.
PREJUÍZO – O pedagogo Diney Alves é um dos coordenadores do projeto Segundo Tempo, que realiza atividades esportivas com alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal no CO. Ele diz que, desde a interdição das piscinas, o público atendido - formado por crianças e adolescentes em vulnerabilidade social - diminuiu. “A piscina sempre foi o principal atrativo dos projetos de extensão. O CO perde muito sem as atividades aquáticas”, destaca.
Os alunos da graduação também sofrem prejuízos por causa das instalações abandonadas. “A piscina está fechada desde que entrei na UnB”, reclama a aluna de Educação Física, Fernanda Teles. A estudante, que está no 5º semestre, destaca que o currículo do curso prevê disciplinas no parque aquático do CO. “A gente tem uma matéria que chama Metodologia da Natação. Como a universidade não oferece condições, nossas aulas ficam limitadas e ocorrem fora do campus”, critica ela. 

fonte:http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=4171
 

  


 










terça-feira, 9 de novembro de 2010

Momento Olímpico



Na postagem de inauguração do blog nada mais justo do que homenagear um dos maiores atletas olímpicos que o mundo já viu, um exemplo de superação, garra, orgulho, simplicidade e acima de tudo amor ao próximo.
A notícia do dia no mundo todo era sobre ele, e olha que ele não venceu, na verdade fez mais do que vencer, fez um feito histórico e virou uma lenda olímpica. Recebendo o maior mérito que um atleta olímpico poderá receber a medalha Pierre de Coubertin pelo Comitê Olímpico Internacional(COI), a medalha é dada aos que demonstrarem ética , moral e esportividade em grandiosidade.

foto: AFP
29/08/04 - Vanderlei Cordeiro de Lima reviveu neste domingo, a lenda do soldado Feidípedes, que em 490 a.C. saiu correndo da cidade de Maratona até Atenas para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas.
E o brasileiro marcou duplamente sua participação na maratona dos Jogos de Atenas: ele garantiu a medalha de bronze e ainda demonstrou todo o seu espírito olímpico ao completar o percurso, mesmo tendo sido atacado por um pedreste quando liderava a disputa na altura do 36° quilômetro.

"Foi uma superação para mim. Não esperava e por isso não tive reação. Quem já correu sabe o que é ter um ritmo, parar e ser obrigado a retomá-lo. Isso me atrapalhou bastante. Mas, independentemente do que aconteceu, foi importante para mim e para o meu país esta medalha. 

 Não sei se venceria, mas o final seria diferente. Contudo, prevaleceu o espírito olímpico, de garra e determinação. Pude demonstrar isso através dos Jogos Olímpicos. Assim como ocorreu com o Feidípedes, para mim também foi uma luta chegar até o final", comentou o maratonista de 35 anos, ex-bóia-fria em Cruzeiro D'Oeste, no Paraná.

O fair play demonstrado por Vanderlei Cordeiro durante a maratona recebeu o reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional, que o premiará com a medalha Barão Pierre de Coubertin. O brasileiro será o segundo a receber tal honraria. O velejador austríaco Hubert Raudaschl, que em Seul-88 abandonou a disputa de sua prova para salvar uma pessoa que havia caído no mar, até então era o único agraciado. "Fico honrado com esta medalha. Mas o importante é o momento que estou vivendo agora. Estou feliz por ter subido ao pódio. A maior felicidade minha é poder compartilhar isso", disse. 
Centro das atenções da imprensa internacional, Vanderlei teve que comentar várias vezes o ataque que sofreu na prova. Em todas as respostas fez questão de isentar a todos de culpa. "Nem eu nem o pessoal da segurança esperava por isso. A pessoa partiu para cima de mim, me abraçou, me jogou na calçada e só depois o segurança me livrou. Não culpo a organização pelo ocorrido. Foi um fato isolado dentro dos Jogos Olímpicos. Acho que poderia acontecer em qualquer outro lugar", explicou.

O maratonista brasileiro, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-03 e Winnipeg-99, destacou a importância das experiências anteriores nos Jogos Olímpicos - 47° lugar em Atlanta-96 e 75° em Sydney-2000. "Em Atlanta sofri com bolhas no pé e duas semanas antes do início de Sydney tive uma contusão no tornozelo quando treinava no México. Mas essas experiências me ajudaram aqui em Atenas para que eu conquistasse uma medalha. Em Pequim estarei muito mais experiente e por isso mais confiante em outro bom resultado", garantiu o atleta, que tem o tempo de 2h08min31s como melhor marca na carreira, obtida em Tóquio, em 1998.
fonte: COB.

29/08/2004 - 14h12
Mesmo agredido, brasileiro conquista o bronze na maratona
Murilo Garavello
Enviado especial do UOL
Em Atenas (Grécia)*


Um manifestante roubou a cena e ajudou a afastar a medalha de ouro de Vanderlei Cordeiro de Lima na maratona, a tradicional prova que encerrou a 28ª edição dos Jogos da Era Moderna, neste domingo. O brasileiro teve que se conformar -e comemorar muito- com a de bronze.





Veterano de outras duas Olimpíadas, o fundista de 33 anos tinha vantagem de meio minuto sobre o segundo colocado por volta dos 36 km dos 42,195 km, quando o torcedor fantasiado com traje típico irlandês -saia, boina e meias compridas verdes e laranjas-, invadiu o trajeto, agarrou e tirou o maratonista da pista.

O infrator foi rapidamente detido pelos policiais, mas o paranaense demorou cerca de 20 segundos para se livrar dele e retornou abalado para a rua.

Segundo as autoridades locais, o indivíduo não portava documentos, mas seria o padre Cornelius Horan, o mesmo que invadiu a pista de Silverstone, no final do GP da Inglaterra de F-1 para divulgar mensagem religiosa no ano passado.

Vanderlei manteve a liderança por alguns quilômetros, mas foi superado pelo italiano Stefano Baldini e pelo norte-americano Mebrahtom Keflezighi e terminou em terceiro lugar, com o tempo de 2h12min11s -a 1min16s do vencedor e 42s do segundo.

"Senti uma raiva enorme. É um bronze que vale ouro. Ele tinha 25 segundos de vantagem, o que da uns 250 metros. Mesmo se os outros tirassem uns três segundos por quilômetro, não iam alcancar. Ele perdeu pelo menos uns 20 segundos ali, perdeu a concentracao, teve de recuperar o ritmo", afirmou o técnico Ricardo D'Angelo.

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) recorreu da decisão, exigindo a medalha de ouro também para seu corredor, mas o júri da Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) decidiu manter o resultado. E conceder um prêmio de consolação a Vanderlei o Prêmio Barão de Coubertin pelo "espírito olímpico" que demonstrou ao completar a prova.

"Além do tempo que perdeu, o Vanderlei foi muito prejudicado porque teve de parar, quebrar o ritmo. Você já imaginou como é parar de correr após 36 quilômetros e ter de começar de novo? Isso sem mencionar o aspecto psicológico", disse Martinho Nobre, chefe da delegação brasileira em Atenas-2004.

O COB promete recorrer agora à Corte Arbitral do Esporte, entidade máxima. Mas Nobre descarta uma reviravolta no resultado. "Quando a prova termina, não há como mudar o resultado. O recurso vai dar em nada", disse, conformado.